Hoje te convido a conhecer os desafios que enfrentei como mulher na minha longa trajetória profissional. Desafios que ainda enfrento. Confesso que foram muitos, mas aprendi a ser mais forte em cada um deles.

Aos 23 anos já estava viajando a trabalho para Ásia, Europa e Estados Unidos, e sempre encarando mesas de negociações com 30, 40 senhores bem sucedidos, e uma única mulher. Sim, essa mulher era eu! Já trabalhei em locais com extremo radicalismo e machismo, em que o simples ato de olhar nos olhos do meu superior hierárquico era tema para o RH. Mesmo entregando sempre além do que era esperado, porque precisava provar, para os outros e principalmente, para mim. Já cheguei a ganhar 60% do valor de meus pares, homens. Já recebi benefícios inferiores pelo simples fato de ser mulher.

O mundo corporativo é desafiador e desigual. Pode-se ainda, tentar fingir que está tudo bem, que essas diferenças não existem, mas sou a prova viva de que existem e do impacto que causou em mim, e causa em tantos outros que se sentem “minorias” – todos os dias, dia após dia. Tinha que provar incessantemente, a cada momento, minha competência. Conviver com assédio, com olhares de desprezo e questionamentos que me pareciam passar pelo viés de que “para uma mulher, assumir um alto cargo, algo deveria ter feito…”.

Tudo isto, por muito tempo, me fez deixar de lado minha essência mais empática, carismática. Por muitos anos só usei preto e cabelo preso e calças no trabalho – não queria ser enxergada como uma mulher.

Precisei ser mais enfática e assertiva, para ser ouvida, para conquistar meu espaço.

Mas o otimismo sempre existiu e tudo isso contribuiu para o meu fortalecimento e para que hoje, de forma assertiva, eu escolha o que quero ser e como quero agir – e isso se chama protagonismo!
Tenho orgulho da MULHER que me tornei. Sem falsa modéstia.

Muitos dizem que precisam de algumas horas a mais no dia, eu preciso de anos a mais na vida – são muitos os projetos, as conquistas que ainda terei!